Ela já exerce a atividade defensorial há oito anos, mas na Bahia há apenas quatro. Soraia Ramos, apesar de baiana, só topou largar a Defensoria Pública de Sergipe - onde tinha remuneração bem melhor àquela época (2006) que a paga na Bahia - porque estimulada por Clériston Cavalcante de Macedo. Segundo a defensora Soraia, Clériston sempre teve palavras sinceras, precisas e alvissareiras, além de demonstrar alegria pelo sucesso de um colega. Confira sua mensagem para Clériston.
Soraia Ramos eClériston Cavalcante durante entrega do Prêmio Innovare, em Brasília |
" Ingressei na Defensoria Pública da Bahia em setembro de 2006, após o exercício de idêntica função na Defensoria Pública de Sergipe por quatro anos.
Por incrível que pareça essa mudança não foi fácil. Deixar a história e as amizades que construí em Sergipe, além do estágio mais evoluído do Judiciário daquele Estado, foram motivo de grandes dúvidas e se posso nomear uma pessoa extremamente importante nessa minha decisão, digo sem pestanejar que foi Clériston.
O seu jeito acolhedor e sempre entusiasta da Defensoria Pública da Bahia me fez tomar posse aqui, num momento em que a Defensoria do nosso Estado dava os seus primeiros passos no exercício da autonomia, não dispunha da mesma estrutura que dispõe hoje, muito menos eu enxergava aquele leque de perspectivas que Clériston apontava para o futuro. Só para exemplificar: nos primeiros meses, percebia uma remuneração que representava menos da metade do que ganhava em Sergipe, resultado do entendimento vigorante à época de que os Defensores recém nomeados não tinham direito à percepção da GEP da forma como os colegas que exerciam funções semelhantes recebiam, situação igualmente vivida por vários colegas que tomaram posse naquela situação.
Algo ainda digno de registro foi a forma como Clériston buscou nos integrar aos demais colegas, apresentando-nos, participando dos nossos encontros, ouvindo as nossas dificuldades. Ele sempre dizia que os Defensores Públicos de então ansiavam muito pelo nosso ingresso na carreira e que a nossa presença era motivo de alegria para todos. Isso, apesar de sabermos que a Defensoria vivia o dilema quantidade de defensores x aumento de remuneração, algo que Clériston sempre nos sinalizou como não sendo situações excludentes, o que foi confirmado posteriormente: tivemos a nomeação de mais Defensores Públicos e o reajuste da nossa remuneração.
Assim, por duas ou tantas mais vezes vivenciei a concretização das palavras de Clériston e presenciei o seu zelo com os Defensores Públicos e as Defensorias Públicas de outros Estados que se encontravam em circunstâncias menos favoráveis que a nossa.
Além disso, o que me chamou mais a atenção ainda é que Clériston manteve a mesma conduta como Subdefensor Público Geral: as palavras sinceras, precisas e sempre alvissareiras, a alegria compartilhada pelo sucesso de um colega, fosse numa liminar conseguida no STJ, fosse por uma manifestação em audiência, uma ação civil pública que repercutisse na vida das pessoas, ou uma idéia nova de atuação na capital ou no interior.
Esse senso de valorização do Defensor Público e da nossa instituição, a capacidade de agregar os colegas em torno de um ideal tão bonito como é o da nossa função defensorial me emocionam e me fazem acreditar cada vez mais na nossa Defensoria Pública.
Que Deus te abençoe nessa jornada! "